quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A incoerência dos armamentistas

"Eu tenho o direito de sacar minha 380 e atirar para me defender quando um marginal tentar me assaltar. Isso se chama legítima defesa." Dizem os defensores da revogação do estatuto do desarmamento.

Será legítima defesa atirar num político condenado por corrupção, ou só vale se defender do negro da periferia que não teve formação, e muitas vezes nem escolha, e que vai levar o celular de R$1.000,00?

"Excluído, iludido, quem nasce na favela é visto como bandido. Rouba muito, magnata: não vai para a cadeia e usa terno e gravata." - MV Bill

"Quando for roubar dinheiro público, vê se não esqueça que na sua conta tem a honra de um homem, envergonhado ao ver sua família passando fome." - MV Bill.

Existem várias formas de ver o mundo e opiniões são válidas, obviamente. Só que algumas convicções são contra os poderosos e outras, contra o povo.

Além disso, pesquisa do Instituto Sou da Paz aponta que 40% dos assaltos, em São Paulo, são cometidos com armas de brinquedo. É por isso que o estatuto do desarmamento foi um grande avanço: no mínimo 40% das pessoas que cometem assaltos não têm acesso a armas de fogo, sem falar nas que não assaltam porque não conseguem armas.

E aí, cidadão de bem, você prefere ser assaltado com arma verdadeira, ou de brinquedo? Tá vendo porquê o debate vai além da legalização do porte e da posse de armas? É preciso ensinar às pessoas que não precisam assaltar, é preciso mostrar as vias alternativas ao tráfico, é preciso fazer políticas públicas, e não dar armas a todo mundo "para se defender".

Fonte: https://goo.gl/NTi6na

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