domingo, 24 de maio de 2015

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Agressões: qual a postura do(a) professor(a)?

Redação do ENEM 2014

3 meses de Luto

A fé que nasce do povo

A guerra perdida, contra o tráfico

Em quem o Itaú votou?

A PJ te representa?


Agressões: qual a postura do(a) professor(a)?


Sim, sou professor e já entrei em salas de aula que muitos se negariam a colocar os pés. 

Não, não vou compartilhar o vídeo do estudante agredindo a professora.

Primeiro porquê, ao contrário do que a televisão pensa, mostrar violência paras as pessoas não ajuda a diminuir as ocorrências.

Segundo que se trata de um adolescente com problemas neurológicos, que cometeu um ato infracional. Veicular sua imagem é crime.

Terceiro, e muito mais importante, o fato de ver muitas pessoas perplexas com o acontecido é bom, o ruim (eu diria muito ruim) é que as pessoas acreditam que a professora que sofre a agressão deve devolver na mesma moeda, com agressão física, inclusive, pelo menos oito professores que conheço disseram que "na hora poderia dar uns tapas de volta".

Não se ensina nada a um agressor, agredindo-o de volta;
Qualquer professor, em sala de aula, precisa conhecer as leis que lhe garantem seus benefícios mas também as que dizem como devem se comportar, o que podem ou não fazer. E levantar a mão para um aluno, o professor não pode, em hipótese alguma.

Já pensou se fosse permitido dirigir sem aulas de legislação, mas só com aulas práticas? Mas o professor pode entrar na sala de aula, hoje, sem ter lido uma linha dos Parâmetros Curriculares Nacionais, ou pior ainda, sem conhecer a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ou o atual Plano Nacional da Educação, ou o Plano Nacional do Livro Didático. Isso não é um absurdo? As faculdades e 90% dos estudantes de licenciatura acham que não.

Para mim, é imprescindível conhecer essas ferramentas. Reclamamos tanto do Brasil, nos achamos tão inferiores. Temos uma das melhores constituições do mundo, muitas leis bem pensadas e construídas por ótimos políticos, mas achamos que somos seres bons demais para usar o que o Brasil oferece.

Tudo o que acontece na sala de aula é responsabilidade do professor. O professor é responsável pelos alunos. Se não quiserem isso, não sejam professores. Se vamos acreditar que é legítimo agir contra a lei, não podemos nem entrar na sala de aula.

A postura do professor depende de vários fatores. E implicam em vários caminhos. Se igualar ao agressor não é um deles.

Como meu grande amigo e grande educador Henrique Almeida disse "Depois reclamamos da polícia, estamos fazendo o mesmo em sala de aula. Hipocrisia, não?"

Mas aí, perguntam-me qual deveria ser a postura de um professor que passa por isso. E eu já passei.Certa vez, sem motivo algum, um aluno me disse "Professor, se eu não passar, invado seu barraco de te mato."

Se um aluno me agredisse, como no vídeo, no primeiro dia de aula, sem que tivesse havido nenhuma interação, boa ou ruim, entre nós. Ou se eu acreditasse que nada do que eu tivesse feito pudesse criar uma agressão a partir dele, eu apresentaria o caso à direção, levaria ele, ou chamaria alguém para levar. Tanto ele quanto quem estava filmando, ou rindo.

Pediria suspensão e só entraria na escola de novo com o pai, mãe ou responsável e depois de conversar comigo.

Se algo aconteceu que pode gerar agressão (e agressão nunca é justificável), eu faria a mesma coisa, mas o aluno teria a chance de falar também e a coordenação pedagógica poderia conversar comigo dando sugestões para contornar a situação (quando eu era aluno, uma professora criou uma situação em que a sala respeitava todos os professores menos ela. Isso é possível SIM.) Mais uma vez, repito que nenhuma agressão é justificável, nem do aluno, muito menos do professor.

E se somos professores, temos a obrigação de saber ensinar os assuntos de nossa matéria. Mas também temos a obrigação de saber o que diz a LDB e os PCNs. Quem trata as disciplinas de educação como mais um empecilho, porque tem que ler textos demais, ou não dá importância para o aprendizado sobre as teorias da educação, na minha opinião, pode ser professor, mas educador não é. E é por falta de educadores que a escola possui todos esses problemas enormes, e eu concordo que esses problemas são terríveis, mas ao entrar na sala de aula temos o dever de mudar essa realidade e não de piorá-la, criando mais problemas.

domingo, 10 de maio de 2015

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Agressões: qual a postura do(a) professor(a)?

Redação do ENEM 2014

3 meses de Luto

A fé que nasce do povo

A guerra perdida, contra o tráfico

Em quem o Itaú votou?

A PJ te representa?


Redação do ENEM 2014

Finalmente saiu o espelho da redação do ENEM 2014, com a correção que explica a nota. Abaixo, coloco as imagens que explicam a nota e logo depois, transcrevo para vocês a minha redação (contém alguns erros, mas copiei do jeito que está na folha de respostas divulgada pelo MEC).




A publicidade para o público infantil está presente em nossas vidas há muito tempo, desde que os meios de comunicação começaram a se popularizar. A partir do acesso das massas aos mais variados tipos de informação, a indústria passou a investir muito para vender seus produtos às crianças. Obviamente, o uso de tais meios podem, e devem, ser direcionados para fins educacionais, morais e sociais. Assim, o compromisso dos governantes, na preservação da integridade de nossas crianças, é de fundamental importância.

Todas as manhãs, milhões de brasileiros recebem informações direcionadas a todos os públicos. Porém, uma parcela dessa população, formada por crianças, é atingida pela publicidade infantil. O documentário "Crianças: a alma do negócio", produzido nos Estados Unidos, faz uma reflexão sobre o impacto de tais propagandas na vida das crianças e conclue que o querer infantil, manipulado pelo querer empresarial, acaba sendo o determinante para as compras das famílias, em grande parte do mundo. Controlar essas ações invasivas, é dever do estado, que através de políticas públicas e da garantia do cumprimento da lei 8.069/90 - Estatuto da Criança e do adolescente, nossas crianças sejam protegidas do consumismo produzido pelo capitalismo selvagem, para que não se tornem personagens da música "coisas que eu sei" de Dudu Falcão, que diz: eu compro aparelhos que eu não sei usar.

Podemos mudar esse cenário, se tormarmos consciência de que a preservação dos direitos fundamentais das crianças, bem como o investimento em propagandas educativas, como a que foi colocada nos pontos de ônibus de Londres, a qual só podia ser lida por crianças e alertava sobre o abuso sexual, bem como a veiculação de softwares desenvolvidos pelo MEC, conscientização sobre o uso do lixo, ou sobre como denunciar casos de bulling, etc, nos fará bem.

Transformar a indústria em prol de um futuro melhor é muito difícil. Mas isso não nos impede de criarmos normas éticas e alternativas atraentes e ao mesmo tempo conscientes, do uso da propaganda. Exigir mudanças é o nosso dever, quando o futuro de alguém, e nesse caso, de milhões, pode ser comprometido.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

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Redação do ENEM 2014

3 meses de Luto

Pena de morte para quem?

A fé que nasce do povo

A guerra perdida, contra o tráfico

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A PJ te representa?


3 meses de Luto



Hoje faz três meses que a Rondesp cumpriu sua promessa de entrar na Vila Moisés - Cabula e executar jovens que estivessem na rua.

Três meses da chacina que foi tratada com descaso pelas autoridades, pelos governantes, pela mídia e pelos líderes religiosos de Salvador.

Nenhuma palavra de conforto fora dada às famílias, que ao serem perseguidas pela própria PM, têm como porto seguro somente a fé.

Digo isso porque eu fui lá na Vila Moisés, vi e senti a dor de quem teve seus amigos, filhos e irmãos torturados, assassinados e condenados pelo senso comum, que acredita que "bandido bom é bandido morto", mesmo não havendo nenhuma prova de que eram bandidos.

Naquele fim de semana foram 19 jovens, em sua maioria homens, negros e pobres, assassinados. 15 deles, mortos pela polícia. 

Não podemos acreditar que o povo deve se educar sozinho, sem intervenção do estado. Não podemos aceitar que a polícia militar não cumpra fielmente seu papel, que por si só já é contraditório, mas constitucional.

Infelizmente, aquele não foi um fim de semana incomum. Houve alarde porque foram 12 execuções no mesmo local, mas nossos jovens, nossos vizinhos, nossos filhos e irmãos continuam morrendo, 10, 15, 20 por fim de semana.

Qualquer cidadão de bem que mora na periferia não sabe se tem medo do tráfico, da polícia, ou dos dois. Que segurança pública queremos construir e qual estamos construindo?

O seguimento a Jesus Cristo nos obriga a defender a vida em sua totalidade, a nos comprometermos integralmente com a dignidade da pessoa humana, a rejeitar com veemência as propostas embasadas na vingança, e não na misericórdia, na justiça com as próprias mãos, e não na mudança das raízes dos problemas.

Enquanto evangelizadores, devemos pensar e promover ações concretas nas comunidades, de denúncia das injustiças, além de propormos políticas públicas de juventude e acompanhamento às famílias vítimas do estado e da criminalidade. Nossa missão presume o acolhimento, e o não julgamento. Se fizermos isso, estaremos dando um passo rumo à civilização do amor.

Que não esqueçamos das vítimas, que não aceitemos novas vítimas!
#‎ChegaDeViolenciaEexterminioDeJovens‬

‪#‎AjuventudeQuerViver‬

Pena de morte para quem?


O Estado pediu, corretamente, clemência várias vezes ao governo da Indonésia, para que o brasileiro condenado por tráfico internacional de drogas não fosse morto. Afinal, no inciso XLVII do artigo 5º da constituição brasileira, está decretado que não haverá pena de morte, exceto se o país estiver em guerra declarada.

Mas os mesmos senhores que acham absurdo fuzilar alguém por porte de drogas, aceitam o fuzilamento de usuários nas comunidades carentes, aceitam o encarceramento de adolescentes e, muito pior, aceitam o uso da força policial militar para reprimir professores que manifestam-se por condições melhores de trabalho.

É muito constrangedor ter que pensar que a vida do professor vale menos, como se isso estivesse explícito na Constituição. É muito triste saber que a manifestação que contém cartazes exaltando o regime militar é tratada amigavelmente pela polícia, enquanto os professores são covardemente agredidos pela polícia, por pedir uma educação melhor.

Em qual país esses senhores governantes querem morar? O que respeita a dignidade da pessoa humana, mesmo que tenha cometido crimes, ou que tenta matar professores que sonham com um país melhor? Morar nos dois é impossível.

Como pode um governador de um estado dar a ordem para a polícia agir contra professores?

Somente quem já esteve num movimento social e pôde sentir o gosto amargo dos golpes, sejam de pessoas infiltradas, sejam da polícia, ou da mídia, sabe como é o sentimento de derrota social. É o momento que você olha para si e pergunta: quando venceremos? Quando o povo terá as condições necessárias e suficientes para verdadeiramente dizer que mora num país democrático?

A bala de borracha dói menos do que o golpe na alma. Você procura o chão para se apoiar, porque o estado se nega a dizer que o povo está certo, que o povo merece viver melhor.

Eu só me vejo fazendo uma analogia a um provérbio japonês: os professores são os únicos que não devem "se curvar" diante de outras pessoas, pois numa nação sem professores, nenhum dos outros existiriam.

‪#‎EuLutoPelaEducação‬

‪#‎30MilNoParaná‬

‪#‎ApmTemQueAcabar‬

A fé que nasce do povo

Familiares, amigos e movimentos rezam pelos jovens mortos no Cabula

Muitas vezes a religião nos sobe à cabeça e somos egocêntricos ao ponto de considerarmos que somos os únicos capazes de ter fé, ou de praticar o bem. E aí, pior ainda, achamos que temos o direito de decidir sobre a vida dos que parecem ser diferentes, porque estamos olhando pela fechadura da porta do preconceito.

No início do ano, conheci uma comunidade muito simples de Salvador, onde não há escolas, rede de esgotos, postos de saúde, nem comércio. As áreas de lazer foram escupidas pelos próprios moradores, alguns espaços abertos de barro, outro muito lindo, que é a praça da esperança.

Ali, também, provavelmente a única faceta do Estado que chega é o bolsa-família. A segurança pública lhes é oferecida como moeda de troca para que possam continuar vivos. A polícia coage todo mundo, todo mundo fica em casa e desfruta da pseudo-segurança, sob a desculpa da guerra, falida, contra o tráfico.

E eu, no meu cristianismo barato, pude pensar que nada poderia nascer e florescer num espaço tão marginalizado. Isso antes de dar de cara com a praça da esperança. Mas em tudo o que aquela comunidade sofreu, o que ficou mais forte na mente de quem ali passou, é a fé daquele povo. A fé que dá o sustento, a esperança, as forças para continuarem vivendo, sonhando com a civilização do amor. Ali onde a igreja, nem os "missionários" querem entrar, a comunidade se uniu, para chorar a morte de seus filhos, mas também para rezar. E é tão dolorido ver que tudo o que eles tinham era a oração. Mas é tão desconcertante eu julgar-me merecedor de algo que vem de cima, enquanto a quem tudo foi tirado, como Jó, continua a louvar e acreditar nO Cristo Salvador, na proposta de vida para todos.

Muitas vezes, achamos que estamos levando o Evangelho para um lugar, quando na verdade Cristo já está lá há muito tempo, revelado na espiritualidade encarnada de seu povo, nos esperando.

‪#‎PartilhasDoFimDeSemana‬

‪#‎PJEuAcredito‬