terça-feira, 30 de julho de 2013

BEM VINDO(A)!


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Mensagem aos jovens que foram à JMJ

Olá peregrinos. Bom, eu ainda não vi uma postagem sobre isso no Facebook, mas eu quero lembrar algumas coisas a vocês:

1 - A JMJ não é (ou pelo menos não deveria ser) apenas um evento, evento (é-vento), o vento leva e nada fica. A JMJ é um acontecimento único, cada uma das 28 jornadas trouxe um Lema, muitos questionamentos e encaminhamentos também.

2 - A JMJ é o pontapé inicial das mudanças que a igreja católica, ou a sociedade, precisam promover urgentemente.

3 - Não podemos, em hipótese alguma, viver "de JMJ em JMJ", como se fosse carnaval, que não traz resultados a médio e longo prazo. Cada Lema é uma missão que precisa ser cumprida. Por isso, me assusta ver centenas de postagens, aqui no grupo, sobre quem vai a Cracóvia, em 2016, mas NENHUMA sobre como podemos fazer mais discípulos cristãos, pelo menos mais discípulos que façam o bem, como o PAPA Francisco nos disse: "não importa se é cristão, judeu, ortodoxo, protestante, vamos primeiro fazer o bem para o outro, vamos nos unir pela causa maior e depois conversamos sobre as diferenças".

4 - Um amigo meu, da faculdade, disse-me que Francisco o encorajou a voltar para a Igreja. E eu acredito que muitos que deixaram a Igreja nos últimos anos estão pensando o mesmo. Parabéns para nós, que mesmo na tempestade, mesmo sem ver, acreditamos. Mas parabéns, também, para aqueles que estão acreditando, após verem.

5 - Assim como a Igreja do Brasil nos pede no texto base da Campanha da Fraternidade 2013 (que já foi esquecida), precisamos agir em três pontos fundamentais: 5.1 - Estamos vivendo num contexto de Mudança de Época. Daqui a algumas décadas, já estaremos falando de uma nova era histórica, a qual estamos vivendo agora, no início dos anos 2000. 5.2 - Se não nos apoderarmos da cultura midiática, vamos ficar para trás. Precisamos evangelizar através desses meios, mesmo com pequenos atos. Uma postagem séria no Facebook, uma postura moral enraizada no evangelho e, sempre, dando testemunho; pois palavras convencem e testemunhos arrastam. 5.3 - PASTORAL DE CONJUNTO. Se continuarmos fechados em nossos grupos, achando que o outro grupo vai tomar o que é nosso, achando que somos os melhores e que não precisamos de ajuda de ninguém, vamos continuar indo contra o evangelho e afastando as pessoas dele. A Igreja quer ver o Setor Juventude trabalhando de verdade, com todos os movimentos e as pastorais que fazem parte dele. A Igreja não pode beneficiar um grupo, ou movimento, ou pastoral, em detrimento de outros. Precisamos dos braços, das mentes e da vontade de TODOS que acreditam no evangelho, cada um com sua opinião, sua vivência, é verdade. Mas se não houver divergências, se não houver quem questione, vamos fazer sempre a mesma coisa, sem nos perguntar se é o melhor caminho e podemos nos fechar em nós mesmos. "Eu prefiro uma igreja acidentada, porque ela saiu, do que uma igreja doente porque ficou fechada." - PAPA Francisco.

6 - Peço a todos vocês que voltem para suas atividades na igreja, que não abandonem o grupo, o movimento, a pastoral, somente para formar o novo grupo que vai à próxima JMJ. Porque se for assim, cada emoção, cada arrepio que sentimos no Rio 2013, de nada valerá. E cada momento de Cracóvia, também de nada valerá para o pagamento de nossas contas, lá no céu.


Amém. Axé. Auerê. Aleluia.



sexta-feira, 12 de julho de 2013

BEM VINDO(A)!


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O ''Pacto das Catacumbas'' para uma Igreja serva e pobre:

No dia 16 de novembro de 1965, há 47 anos, poucos dias antes do encerramento do Vaticano II, cerca de 40 padres conciliares celebraram uma Eucaristia nas Catacumbas de Domitila, em Roma, pedindo fidelidade ao Espírito de Jesus. Depois dessa celebração, assinaram o "Pacto das Catacumbas".

O documento é um desafio aos "irmãos no Episcopado" a levar adiante uma "vida de pobreza", uma Igreja "serva e pobre", como sugerira o Papa João XXIII.

Os signatários – entre eles muitos brasileiros e latino-americanos, embora muitos outros aderiram ao pacto mais tarde – se comprometiam a viver em pobreza, a renunciar a todos os símbolos ou privilégios do poder e a pôr os pobres no centro do seu ministério pastoral. O texto teve uma forte influência sobre a Teologia da Libertação, que surgiria nos anos seguintes.

Um dos signatários e propositores do pacto foi Dom Helder Câmara.

Eis o texto.

Pacto das Catacumbas da Igreja serva e pobre

Nós, Bispos, reunidos no Concílio Vaticano II, esclarecidos sobre as deficiências de nossa vida de pobreza segundo o Evangelho; incentivados uns pelos outros, numa iniciativa em que cada um de nós quereria evitar a singularidade e a presunção; unidos a todos os nossos Irmãos no Episcopado; contando sobretudo com a graça e a força de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a oração dos fiéis e dos sacerdotes de nossas respectivas dioceses; colocando-nos, pelo pensamento e pela oração, diante da Trindade, diante da Igreja de Cristo e diante dos sacerdotes e dos fiéis de nossas dioceses, na humildade e na consciência de nossa fraqueza, mas também com toda a determinação e toda a força de que Deus nos quer dar a graça, comprometemo-nos ao que se segue: 

1) Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Cf. Mt 5,3; 6,33s; 8,20.

2) Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje (fazendas ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos ser, com efeito, evangélicos). Cf. Mc 6,9; Mt 10,9s; At 3,6. Nem ouro nem prata.

3) Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco, etc., em nosso próprio nome; e, se for preciso possuir, poremos tudo no nome da diocese, ou das obras sociais ou caritativas. Cf. Mt 6,19-21; Lc 12,33s. 

4) Cada vez que for possível, confiaremos a gestão financeira e material em nossa diocese a uma comissão de leigos competentes e cônscios do seu papel apostólico, em mira a sermos menos administradores do que pastores e apóstolos. Cf. Mt 10,8; At. 6,1-7.

5) Recusamos ser chamados, oralmente ou por escrito, com nomes e títulos que signifiquem a grandeza e o poder (Eminência, Excelência, Monsenhor...). Preferimos ser chamados com o nome evangélico de Padre. Cf. Mt 20,25-28; 23,6-11; Jo 13,12-15.

6) No nosso comportamento, nas nossas relações sociais, evitaremos aquilo que pode parecer conferir privilégios, prioridades ou mesmo uma preferência qualquer aos ricos e aos poderosos (ex.: banquetes oferecidos ou aceitos, classes nos serviços religiosos). Cf. Lc 13,12-14; 1Cor 9,14-19.

7) Do mesmo modo, evitaremos incentivar ou lisonjear a vaidade de quem quer que seja, com vistas a recompensar ou a solicitar dádivas, ou por qualquer outra razão. Convidaremos nossos fiéis a considerarem as suas dádivas como uma participação normal no culto, no apostolado e na ação social. Cf. Mt 6,2-4; Lc 15,9-13; 2Cor 12,4.

8) Daremos tudo o que for necessário de nosso tempo, reflexão, coração, meios, etc., ao serviço apostólico e pastoral das pessoas e dos grupos laboriosos e economicamente fracos e subdesenvolvidos, sem que isso prejudique as outras pessoas e grupos da diocese. Ampararemos os leigos, religiosos, diáconos ou sacerdotes que o Senhor chama a evangelizarem os pobres e os operários compartilhando a vida operária e o trabalho. Cf. Lc 4,18s; Mc 6,4; Mt 11,4s; At 18,3s; 20,33-35; 1Cor 4,12 e 9,1-27.

9) Cônscios das exigências da justiça e da caridade, e das suas relações mútuas, procuraremos transformar as obras de "beneficência" em obras sociais baseadas na caridade e na justiça, que levam em conta todos e todas as exigências, como um humilde serviço dos organismos públicos competentes. Cf. Mt 25,31-46; Lc 13,12-14 e 33s.

10) Poremos tudo em obra para que os responsáveis pelo nosso governo e pelos nossos serviços públicos decidam e ponham em prática as leis, as estruturas e as instituições sociais necessárias à justiça, à igualdade e ao desenvolvimento harmônico e total do homem todo em todos os homens, e, por aí, ao advento de uma outra ordem social, nova, digna dos filhos do homem e dos filhos de Deus. Cf. At. 2,44s; 4,32-35; 5,4; 2Cor 8 e 9 inteiros; 1Tim 5, 16.

11) Achando a colegialidade dos bispos sua realização a mais evangélica na assunção do encargo comum das massas humanas em estado de miséria física, cultural e moral - dois terços da humanidade - comprometemo-nos:

a participarmos, conforme nossos meios, dos investimentos urgentes dos episcopados das nações pobres;
a requerermos juntos ao plano dos organismos internacionais, mas testemunhando o Evangelho, como o fez o Papa Paulo VI na ONU, a adoção de estruturas econômicas e culturais que não mais fabriquem nações proletárias num mundo cada vez mais rico, mas sim permitam às massas pobres saírem de sua miséria.
12) Comprometemo-nos a partilhar, na caridade pastoral, nossa vida com nossos irmãos em Cristo, sacerdotes, religiosos e leigos, para que nosso ministério constitua um verdadeiro serviço; assim:

esforçar-nos-emos para "revisar nossa vida" com eles;
suscitaremos colaboradores para serem mais uns animadores segundo o espírito, do que uns chefes segundo o mundo;
procuraremos ser o mais humanamente presentes, acolhedores...;
mostrar-nos-emos abertos a todos, seja qual for a sua religião. Cf. Mc 8,34s; At 6,1-7; 1Tim 3,8-10.
13) Tornados às nossas dioceses respectivas, daremos a conhecer aos nossos diocesanos a nossa resolução, rogando-lhes ajudar-nos por sua compreensão, seu concurso e suas preces.

Ajude-nos Deus a sermos fiéis.