segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

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Natal do Senhor (25/12/2013)


Compartilho com vocês a reflexão sobre a Liturgia do Natal, feita pelo Secretário Nacional da Pastoral da Juventude, Thiesco Crisóstomo

Estava ontem na Celebração da Natividade de Jesus, em uma comunidade… O evangelho daquela noite me fez refletir muito… O que Deus tem para nós? O que Ele exige de nós?
Peguei-me a pensar como teria sido aquela noite, quando José corria com Maria, buscando um local para passar a noite… Em algum momento, sem dúvida, ele se desesperou, pois as dores da mulher deveriam estar fortes demais. Mas não havia lugar para eles (Lc 2, 7).
Jesus nasceu num lugar inóspito, num curral, dentro de um cocho onde comiam os animais… Essa imagem veio a minha cabeça, hoje, de maneira diferente…
Depois de três anos de vivencia na secretaria nacional da Pastoral da Juventude, refleti este Natal a partir daquilo que nós, jovens pjoteiros/as, temos vivido ao longo de tantos natais… ao longo de tantos anos de serviço, de vida doada em favor do Reino. Nós também hoje, em muitos lugares, nos encontramos distantes, sem lugar, negados a entrar na casa para descansar, comer, partilhar a vida. Muitas vezes o que nos resta é a subversão dos currais (praças, calçadas…). Nós, como eles, não desistimos por não termos as portas abertas, pois sabemos que nosso proposito é outro. Está acima das estruturas e dos “donos” das estalagens. Nosso propósito, no seguimento a Ele, que se fez pequeno e miserável, é o Reino!
Por isso me perguntei: O que Deus quer de nós? O que Ele, na simplicidade da vida humana, nos oferece com a vinda de seu filho, de modo muito especial, encarnado em uma família pobre de uma vila miserável da Galileia?
Não tenho dúvidas de que Jesus veio para fazer uma revolução no modo de ser e de viver das pessoas. E foi pelo amor que o fez! Mesmo com seus amigos, com muitos de seus seguidores, esperando que ele pegasse em armas, foi pelo amor que ele mudou o mundo. Continua ainda mudando. Sua mensagem atravessa séculos! Aqueles e aquelas que conseguem fazer uma verdadeira leitura de seus ensinamentos encontrarão sem dúvida o verdadeiro sentido da palavra “revolução”.
Mas acima do amor… o que eu tenho rezado de ontem pra hoje e levarei pra vida é algo que parece tão simples… e tão bobo, que muitas vezes nem nos atrevemos a pensar, no risco de parecermos também nós bobos, com tanta simplicidade… Simplicidade que o próprio Deus quis, ao revelar sua maravilha apenas aos pequenos e excluídos… (Mt 11, 25)
O que Ele quer de nós é a mesma coisa que Ele nos oferece. Foi assim com Madalena, com os doentes, com as crianças… O que eu creio que Deus quer de nós? O que faltou para ele na noite em que nasceu? ACOLHIDA! É isso que ele quer de nós… Que nos cuidemos e nos acolhamos, pois foi isso que ele mais precisou na primeira hora… e não encontrou. Que ele encontre em nossos corações a acolhida para que também nós possamos encontrar acolhida em seu Reino.
Que em nossas vidas, sejamos mais acolhida que portas fechadas, pois não tenhamos medo, Ele está conosco (Lc 2, 10)!

sábado, 28 de dezembro de 2013

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Domingo, 29/12/2013 - Sagrada Família

Liturgia do Dia


Reflexão:
Nas leituras deste domingo, temos a mensagem para a família. A primeira leitura vem nos falar de como devemos tratar nossos pais. Lembra o mandamento "honra teu pai e tua mãe" e nos pede que sejamos compreensivos e que cuidemos de nossos pais, principalmente na velhice. Quem respeita seu pai será ouvido em suas orações e quem obedece à sua mãe ajunta tesouros. Infelizmente, desde muito tempo, há notícias de tragédias em famílias causadas pela falta de obediência aos pais. É um erro pensar que esse comportamento vem de agora, como muitos falam "na minha época não era assim", para culpar a atual geração. Precisamos é pensar num futuro com mais ações cristãs e menos apontar de dedos, pois julgar é o que não temos o direito de fazer.
A Segunda leitura, de São Paulo aos Colossenses, retrata o amor que devemos ter para com os outros. Afinal, o povo de Deus forma uma grande família, no mundo todo. E é claro, esse amor não pode ficar somente entre nós. Mas deve ser emanado entre todos os povos, sendo nossa obrigação propagá-lo. Ele lembra ao povo que receberá sua carta, que os maridos e as esposas devem tratar-se bem, ajudando-se sempre. E fala também, no último versículo que os pais não devem intimidar seus filhos. Vemos muito, hoje, a cultura do medo sendo a fonte da educação que os pais dão aos filhos. "Se você não fizer isso, ou aquilo, o bicho papão vai te pegar". Ou então "Se você apanhar na rua, vai apanhar quando chegar em casa". São Paulo alerta para que o diálogo, antes de tudo, seja a educação dos pais aos filhos, sem perder a autoridade, mas sem autoritarismo.
O Evangelho fala da Sagrada Família Jesus-Maria-José. É preciso estar atento aos sinais de Deus. José recebeu os avisos do Anjo em sonhos e pôde livrar sua família da perseguição de Herodes. Às vezes, recebemos sinais, mas ignoramos, como se tudo o que acontece já estava escrito. Destino não existe e Deus pode nos tocar para que estejamos vigilantes, para evitarmos que algum mal nos aconteça. Se tudo o que acontece já estava marcado para acontecer, não faria sentido Deus nos prometer mais tempo de vida, por honrarmos nossos pais. Se tudo já estivesse marcado para acontecer, não existiria livre arbítrio, pois não teríamos escolha sobre o futuro. Mas o Evangelho nos mostra que José seguiu os sinais e garantiu a vida de sua família. 
Que sejamos vigilantes quanto aos sinais, quanto ao amor ao próximo e quanto ao zelo por nossa família, nossos pais. É isso que a liturgia deste domingo nos pede.

Sagrada Família

domingo, 29 de setembro de 2013

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Os Profetas e a Pobreza


Você viu e vê a fé que leva ao sucesso. Não passa dia sem que não veja. Está nos templos cheios; na mídia, em espaços comprados a peso de ouro; nas ruas e avenidas, em concentrações e marchas o enorme e estrondoso apelo que vem com a pregação do sucesso e da “fé que acontece e faz acontecer!”

Não vê e não ouve quem não liga seus aparelhos! Os pregadores do Cristo glorioso e do bem estar do Reino estão vencendo! Com nos tempos de Isaias e Amós, século VIII aC e Jeremias século 7, havia os profetas da denúncia e da renúncia e os profetas da conquista e da cooperação.

E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam. (Jeremias 14 : 14)

Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. (Jeremias 23 : 25)

Eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse. (Jeremias 23 : 31)

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR. (Jeremias 23 : 16)
E vós não deis ouvidos aos vossos profetas, e aos vossos adivinhos, e aos vossos sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos vossos encantadores, que vos falam, dizendo: Não servireis ao rei de Babilônia. (Jeremias 27 : 9)

Dois tipos de profecia trocavam farpas. Uns a dizer que tudo daria certo e que Deus levaria o povo à vitória. Outros a dizer que a corrupção chegara aos templos, aos profetas e aos sacerdotes. O capitulo 23 de Jeremias é revelador. A religião em Betel, no reino de Israel ao norte, mancomunava com os poderosos e não tolerou Amós que denunciava aquele conluio. Em Jerusalém, ao sul, 100 anos depois Jeremias lança um repto contra os que tinham alugado sua profecia e transformado a fé em negócio pessoal. O versículo 30 mostra um Deus irado contra os profetas ladrões da palavra do Senhor. Faziam Deus dizer o que eles queriam dizer. Não era a Palavra de Deus que chegava ao povo, mas a palavra dos profetas que manipulavam a palavra de Deus.(Jr 23,25-27) Com esse tipo de conversa Jeremias não era nem poderia ser amado.

Lá como cá, um profeta não tem o direito de julgar o outro. Os dois tipos têm o direito de expor sua profecia que o tempo revelará se veio ou não veio do céu.

Talvez os profetas do bem estar e do sucesso estejam certos, talvez não! De vez em quando eles soltam indiretas contra os crentes de outra fé que “veneram a pobreza”! Que sejam também eles questionados sobre suas certezas! Números não provam uma eleição e o próprio Jesus deixa claro que curas, estupendos milagres, conversões em massa não dão ao pregador da fé em Cristo nenhuma garantia de que ele mesmo entrará no Reino dele. ( Mt 7,15-23)

A chave para este assunto de influenciar o povo, possuir mais e obter sucesso pessoal e financeiro está em Mt 25,13-46. Lá, Jesus elogia os empreendedores que puseram seus dons para render frutos para o Reino e alerta que tipo de empreendimento dá direito a um lugar ao lado dele: o daquele que destina aos outros o que conseguiu e não comete a loucura e acumular suas conquistas em favor de si mesmo.(Mt 13,22; Lc 18,24) E indo mais longe, Jesus ameaça com castigo maior o que usa da religião para proveito pessoal, devorando as casas das viúvas a pretexto de longas orações( Mc 12,40)

Os que mostram Jesus ainda na cruz, ou escondido no sacrário, ou a propor ao jovem rico que venda seus bens, dê aos pobres e o siga; (Lc 18,22) os que apontam para o Jesus que mostrava a pobreza assumida pelos nascidos pobres e pelos nascidos ricos como um valor do Reino… estes perderam pontos e companheiros.

Se uma igreja me mostra que Jesus quer que eu ocupe os primeiros lugares e obtenha sucesso financeiro, é claro que entre orar nove dias em memória do rico Francisco de Assis que escolheu ser pobre e participar de correntes para obter sucesso financeiro, a maioria vai às correntes de orações pela prosperidade da sua família! No dizer de um dos pregadores dessa visão: “ Eles são crentes, mas não são bobos”. Os bobos seríamos nós que ainda citamos as passagens do Antigo e do Novo Testamento em favor do desprendimento e da pobreza como valores que santificam.

Entendo que os colegas pregadores da fé cristã e defensores da riqueza abençoada, inteligentes e bem articulados que são, defendam seu ponto de vista com biografias e citações. Sua pregação é um enorme outdoor colocado no caminho do fiel que deseja sair do sofrimento e da pobreza. Estampa pessoas alegres e de sucesso a dizer: -“Eu era enfermo, pobre e infeliz, mas encontrei Jesus e ele me libertou. Hoje tenho mais do que pedi e consigo tudo o que peço. Venha conhecer o Jesus que eu conheço”.

A fé para eles incide em cada célula do viver. Por que, então, negar ao crente o direito ao mais? Por que dissociar a fé do lucro e da conta bancária? Se se pode fazer amigos no Reino e para o Reino com as riquezas adquiridas, por que não tê-las? (Lc 16,9) Ao pregador amigo que citava, entre mais de vinte, também esta passagem lembrei-lhe que na minha Bíblia havia um adendo à palavra “riquezas”. Jesus teria dito “riquezas da injustiça” … Citei também mais de vinte passagens em favor de uma vida centrada no suficiente e no bastante: “riqueza moderada e pobreza digna!” Salomão começou pedindo luzes. Não pediu riquezas ( ). Mas terminou seu dias nadando em ouro, um precursor bíblico do tio Patinhas e… adorando os deuses de suas concubinas… Todo aquele sucesso financeiro não o fez mais adorador e mais sábio. O personagem bíblico mais abençoado com riquezas não serve de modelo a nenhum cristão. Nem Gedeão que ficou rico agredindo outros povos e outras religiões. Terminou seus dias amargando a morte de setenta filhos, assassinados por um deles. Ele que associara a fé com vitórias, campanhas bélicas e vitórias de seu aguerrido grupo, perdeu-se no caminho das vitórias. O crente e combativo Gedeão que como um impiedoso rolo compressor esmagara os inimigos de seu povoe e de sua fé, usando e abusando do nome de Deus, terminou o seus dias pagando na própria carne e na própria casa todo o mal que fizera aos outros em nome da vitória de sua teologia! Está lá no livro dos Juízes em três pesados capítulos! Porque será que não mostra os erros dele, de Sansão e de outros brucutus da fé que sacrificaram os outros para chegar aonde chegaram? E porque não falam do excelente catequista e mártir Eleazar que deu a vida pelo seu povo e não tirou nenhuma? Já vi correntes de Gedeão e nunca vi correntes de Eleasar…

Entendo e concordo que a fé deve mesmo permear todas as células do viver e, pela mesma razão entendo que a fé deve regular o fluxo de riquezas no mundo, sobretudo na vida do “justo que viverá da fé”.(Rm 1, 17) Se é da fé que viverá o justo, o pregador e o profeta que ensina a Justiça do Reino aos outros (Mt 6.33) e se o Reino de Deus não visa comida, nem bebida , mas paz e alegria no Espirito Santo ( Rm 14,17); e se, ainda, em Lucas 6,20 e em a pobreza não é vista como defeito ou abandono de Deus, mas como valor que liberta a pessoa para o Reino, ( Mt 19,21) então temos uma grande polêmica a nos desafiar nos outdoors da estrada que leva ao Reino!

Tenho sobre a mesa cinco livros em defesa da riqueza abençoada. Mas tenho dezenas de outros em defesa da pobreza abençoada e assumida em função do Reino de Deus.

Percorro um por um os profetas e santos que eram ricos ou poderiam ser ricos e escolheram ser pobres. Moisés que fora criado na corte egípcia, Isaias que era membro da família real de Judá, Buda que veio da riqueza, Francisco e Clara de Assis, Thomás de Aquino, só para citar alguns, seguiram o caminho de Jesus e de Paulo. Trilharam a via do não confortável para confortar os outros.

Amós, Isaias, Jeremias e Paulo não procuravam a profecia. Ela veio ao encontro deles. Espernearam, mas entenderam. Não poderiam tirar nenhum proveito pessoal de sua missão. A descrição é de Paulo:
Contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo. (II Coríntios 6 : 10)

Aos que tiravam vantagem e saiam da pobreza para a riqueza por conta da fé Jeremias, Isaias e Jesus lançaram duro repto. São de Jesus as sentenças em Mateus 23:

4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;

5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,

6 E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas

14- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.

15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.

Reflete Karen Amstrong no seu magistral livro : Uma História de Deus: que “os israelitas preferiam uma religião de observância ritual menos exigente no Templo de Jerusalém ou nos velhos cultos da fertilidade de Canaã”. E acentua: “Continua sendo assim. Apenas uma minoria segue a religião da compaixão; a maioria das pessoas religiosas contenta-se com a adoração na sinagoga, na igreja, no templo, na mesquita.

Oséias afirmava que Deus queria era hesed (amor) e não vítimas e holocaustos; queria daat ( ser conhecido; intimidade e diálogo). Jesus repete Amós em Mateus, ao dizer:

Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. (Mateus 9, 13)

No tempo de Jesus a religião outra vez estava deteriorada porque os detentores da doutrina falavam uma coisa e viviam outra.

Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.

3 Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;

4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;

5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes (Mt 23, 1-5)

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. (Mateus 23 : 15)

Jesus não via zelo missionário em quem buscava recompensa por sua fé.

Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. (Mateus 6 : 2)

Quem fizesse algum bem não deveria divulgá-lo. Nem mesmo a mão esquerda deveria saber da caridade da mão direita.( Mt 6,3). Ninguém se exibisse orando ou dando esmola. (Mt 6,4-6). Se fossem elogiados por terem feito algum bem deveriam dizer que não fizeram nada mais do que seu dever. ( Lc 17,10) Deveriam fugir dos elogios.

Diante dos pregadores da fé que eram pobres a menos de dez anos e de repente passaram a ostentar grande riqueza, alegando que Deus lhes dera aqueles bens, quase que como recompensa por anunciá-lo; e diante dos outros que depois da profecia deixaram tudo e seguiram os caminho da fé; diante do pregador que enriqueceu e do que ficou mais pobre ou pobre permaneceu, o fiel que pensa sua fé terá que pesar os prós e os contras.

Ter o que, para que fim e a serviço de quem? Pegasse hoje pelas periferias e campos teria Jesus o que seus pregadores hoje têm? Que tipo de carro ele usaria? Como seria a casa onde moraria?

Podem ser especulações, mas se ele sugeriu que aprendêssemos com ele podemos tirar nossas conclusões
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11 : 29)

Não leveis nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento. (Mt 10,10)

Há qualquer coisa na pregação da teologia da prosperidade que não coaduna com os dizeres de Jesus. Nas parábolas, como na do homem que ficava cada dia mais próspero Jesus provoca os que acumulam riquezas contando a história de um próspero empreendedor que raciocinava :

Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e direi a minha alma: Alma, acumulaste muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. (Lc 12,18-21)

Experimente o leitor ouvir um inteligente pregador da teologia da prosperidade e um inteligente pregador da teologia da libertação. Ou leia dos livros: um em defesa da fé que cumula de bens e outro em defesa da fé que manda distribuí-los e ter o menos possível.

Verá páginas de citações bíblicas e testemunhos pró riqueza e pró pobreza voluntária. Depois pergunte-se se Jesus, Paulo, Thomás de Aquino, Francisco de Assis, Mahatma Ghandi tinham capacidade para ser ricos. E por que escolheram ser pobres? Finalmente interrogue-se: pregador da fé cristã pode tornar-se milionário? O histórico de suas reservas antes de começar a pregar e alguns anos depois revela o quê?

Quem tem maior chance de estar certo? Aquele cuja conta aumentou ou aquele cuja conta permaneceu no mesmo nível ou até diminuiu? Jesus diria o quê a este respeito?…

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Participação no Programa Espaço Livre:

Programa "Espaço Livre" do Canal Assembleia Legislativa da Bahia conversa sobre o Legado da JMJ para o Brasil, com as presenças de Dom Gilson Andrade, Deputado Estadual Yulo Oiticica e Althielis de Jesus:


terça-feira, 30 de julho de 2013

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Mensagem aos jovens que foram à JMJ

Olá peregrinos. Bom, eu ainda não vi uma postagem sobre isso no Facebook, mas eu quero lembrar algumas coisas a vocês:

1 - A JMJ não é (ou pelo menos não deveria ser) apenas um evento, evento (é-vento), o vento leva e nada fica. A JMJ é um acontecimento único, cada uma das 28 jornadas trouxe um Lema, muitos questionamentos e encaminhamentos também.

2 - A JMJ é o pontapé inicial das mudanças que a igreja católica, ou a sociedade, precisam promover urgentemente.

3 - Não podemos, em hipótese alguma, viver "de JMJ em JMJ", como se fosse carnaval, que não traz resultados a médio e longo prazo. Cada Lema é uma missão que precisa ser cumprida. Por isso, me assusta ver centenas de postagens, aqui no grupo, sobre quem vai a Cracóvia, em 2016, mas NENHUMA sobre como podemos fazer mais discípulos cristãos, pelo menos mais discípulos que façam o bem, como o PAPA Francisco nos disse: "não importa se é cristão, judeu, ortodoxo, protestante, vamos primeiro fazer o bem para o outro, vamos nos unir pela causa maior e depois conversamos sobre as diferenças".

4 - Um amigo meu, da faculdade, disse-me que Francisco o encorajou a voltar para a Igreja. E eu acredito que muitos que deixaram a Igreja nos últimos anos estão pensando o mesmo. Parabéns para nós, que mesmo na tempestade, mesmo sem ver, acreditamos. Mas parabéns, também, para aqueles que estão acreditando, após verem.

5 - Assim como a Igreja do Brasil nos pede no texto base da Campanha da Fraternidade 2013 (que já foi esquecida), precisamos agir em três pontos fundamentais: 5.1 - Estamos vivendo num contexto de Mudança de Época. Daqui a algumas décadas, já estaremos falando de uma nova era histórica, a qual estamos vivendo agora, no início dos anos 2000. 5.2 - Se não nos apoderarmos da cultura midiática, vamos ficar para trás. Precisamos evangelizar através desses meios, mesmo com pequenos atos. Uma postagem séria no Facebook, uma postura moral enraizada no evangelho e, sempre, dando testemunho; pois palavras convencem e testemunhos arrastam. 5.3 - PASTORAL DE CONJUNTO. Se continuarmos fechados em nossos grupos, achando que o outro grupo vai tomar o que é nosso, achando que somos os melhores e que não precisamos de ajuda de ninguém, vamos continuar indo contra o evangelho e afastando as pessoas dele. A Igreja quer ver o Setor Juventude trabalhando de verdade, com todos os movimentos e as pastorais que fazem parte dele. A Igreja não pode beneficiar um grupo, ou movimento, ou pastoral, em detrimento de outros. Precisamos dos braços, das mentes e da vontade de TODOS que acreditam no evangelho, cada um com sua opinião, sua vivência, é verdade. Mas se não houver divergências, se não houver quem questione, vamos fazer sempre a mesma coisa, sem nos perguntar se é o melhor caminho e podemos nos fechar em nós mesmos. "Eu prefiro uma igreja acidentada, porque ela saiu, do que uma igreja doente porque ficou fechada." - PAPA Francisco.

6 - Peço a todos vocês que voltem para suas atividades na igreja, que não abandonem o grupo, o movimento, a pastoral, somente para formar o novo grupo que vai à próxima JMJ. Porque se for assim, cada emoção, cada arrepio que sentimos no Rio 2013, de nada valerá. E cada momento de Cracóvia, também de nada valerá para o pagamento de nossas contas, lá no céu.


Amém. Axé. Auerê. Aleluia.



sexta-feira, 12 de julho de 2013

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O ''Pacto das Catacumbas'' para uma Igreja serva e pobre:

No dia 16 de novembro de 1965, há 47 anos, poucos dias antes do encerramento do Vaticano II, cerca de 40 padres conciliares celebraram uma Eucaristia nas Catacumbas de Domitila, em Roma, pedindo fidelidade ao Espírito de Jesus. Depois dessa celebração, assinaram o "Pacto das Catacumbas".

O documento é um desafio aos "irmãos no Episcopado" a levar adiante uma "vida de pobreza", uma Igreja "serva e pobre", como sugerira o Papa João XXIII.

Os signatários – entre eles muitos brasileiros e latino-americanos, embora muitos outros aderiram ao pacto mais tarde – se comprometiam a viver em pobreza, a renunciar a todos os símbolos ou privilégios do poder e a pôr os pobres no centro do seu ministério pastoral. O texto teve uma forte influência sobre a Teologia da Libertação, que surgiria nos anos seguintes.

Um dos signatários e propositores do pacto foi Dom Helder Câmara.

Eis o texto.

Pacto das Catacumbas da Igreja serva e pobre

Nós, Bispos, reunidos no Concílio Vaticano II, esclarecidos sobre as deficiências de nossa vida de pobreza segundo o Evangelho; incentivados uns pelos outros, numa iniciativa em que cada um de nós quereria evitar a singularidade e a presunção; unidos a todos os nossos Irmãos no Episcopado; contando sobretudo com a graça e a força de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a oração dos fiéis e dos sacerdotes de nossas respectivas dioceses; colocando-nos, pelo pensamento e pela oração, diante da Trindade, diante da Igreja de Cristo e diante dos sacerdotes e dos fiéis de nossas dioceses, na humildade e na consciência de nossa fraqueza, mas também com toda a determinação e toda a força de que Deus nos quer dar a graça, comprometemo-nos ao que se segue: 

1) Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Cf. Mt 5,3; 6,33s; 8,20.

2) Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje (fazendas ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos ser, com efeito, evangélicos). Cf. Mc 6,9; Mt 10,9s; At 3,6. Nem ouro nem prata.

3) Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco, etc., em nosso próprio nome; e, se for preciso possuir, poremos tudo no nome da diocese, ou das obras sociais ou caritativas. Cf. Mt 6,19-21; Lc 12,33s. 

4) Cada vez que for possível, confiaremos a gestão financeira e material em nossa diocese a uma comissão de leigos competentes e cônscios do seu papel apostólico, em mira a sermos menos administradores do que pastores e apóstolos. Cf. Mt 10,8; At. 6,1-7.

5) Recusamos ser chamados, oralmente ou por escrito, com nomes e títulos que signifiquem a grandeza e o poder (Eminência, Excelência, Monsenhor...). Preferimos ser chamados com o nome evangélico de Padre. Cf. Mt 20,25-28; 23,6-11; Jo 13,12-15.

6) No nosso comportamento, nas nossas relações sociais, evitaremos aquilo que pode parecer conferir privilégios, prioridades ou mesmo uma preferência qualquer aos ricos e aos poderosos (ex.: banquetes oferecidos ou aceitos, classes nos serviços religiosos). Cf. Lc 13,12-14; 1Cor 9,14-19.

7) Do mesmo modo, evitaremos incentivar ou lisonjear a vaidade de quem quer que seja, com vistas a recompensar ou a solicitar dádivas, ou por qualquer outra razão. Convidaremos nossos fiéis a considerarem as suas dádivas como uma participação normal no culto, no apostolado e na ação social. Cf. Mt 6,2-4; Lc 15,9-13; 2Cor 12,4.

8) Daremos tudo o que for necessário de nosso tempo, reflexão, coração, meios, etc., ao serviço apostólico e pastoral das pessoas e dos grupos laboriosos e economicamente fracos e subdesenvolvidos, sem que isso prejudique as outras pessoas e grupos da diocese. Ampararemos os leigos, religiosos, diáconos ou sacerdotes que o Senhor chama a evangelizarem os pobres e os operários compartilhando a vida operária e o trabalho. Cf. Lc 4,18s; Mc 6,4; Mt 11,4s; At 18,3s; 20,33-35; 1Cor 4,12 e 9,1-27.

9) Cônscios das exigências da justiça e da caridade, e das suas relações mútuas, procuraremos transformar as obras de "beneficência" em obras sociais baseadas na caridade e na justiça, que levam em conta todos e todas as exigências, como um humilde serviço dos organismos públicos competentes. Cf. Mt 25,31-46; Lc 13,12-14 e 33s.

10) Poremos tudo em obra para que os responsáveis pelo nosso governo e pelos nossos serviços públicos decidam e ponham em prática as leis, as estruturas e as instituições sociais necessárias à justiça, à igualdade e ao desenvolvimento harmônico e total do homem todo em todos os homens, e, por aí, ao advento de uma outra ordem social, nova, digna dos filhos do homem e dos filhos de Deus. Cf. At. 2,44s; 4,32-35; 5,4; 2Cor 8 e 9 inteiros; 1Tim 5, 16.

11) Achando a colegialidade dos bispos sua realização a mais evangélica na assunção do encargo comum das massas humanas em estado de miséria física, cultural e moral - dois terços da humanidade - comprometemo-nos:

a participarmos, conforme nossos meios, dos investimentos urgentes dos episcopados das nações pobres;
a requerermos juntos ao plano dos organismos internacionais, mas testemunhando o Evangelho, como o fez o Papa Paulo VI na ONU, a adoção de estruturas econômicas e culturais que não mais fabriquem nações proletárias num mundo cada vez mais rico, mas sim permitam às massas pobres saírem de sua miséria.
12) Comprometemo-nos a partilhar, na caridade pastoral, nossa vida com nossos irmãos em Cristo, sacerdotes, religiosos e leigos, para que nosso ministério constitua um verdadeiro serviço; assim:

esforçar-nos-emos para "revisar nossa vida" com eles;
suscitaremos colaboradores para serem mais uns animadores segundo o espírito, do que uns chefes segundo o mundo;
procuraremos ser o mais humanamente presentes, acolhedores...;
mostrar-nos-emos abertos a todos, seja qual for a sua religião. Cf. Mc 8,34s; At 6,1-7; 1Tim 3,8-10.
13) Tornados às nossas dioceses respectivas, daremos a conhecer aos nossos diocesanos a nossa resolução, rogando-lhes ajudar-nos por sua compreensão, seu concurso e suas preces.

Ajude-nos Deus a sermos fiéis.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

BEM VINDO(A)!


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Um Dia inédito em minha vida.

Mesmo estando já velho, esse é um dia inédito em minha vida. Tudo o que aprendi e tudo o que observei levaram-me a planos que envolvem muitas outras pessoas, mas uma delas seria a protagonista das histórias, dos caminhos que eu poderia percorrer. Não é tão fácil conhecer-se ao ponto de saber qual dos dois caminhos (se volta) deve-se seguir. E eu precisei saber por onde andar.
Muitas foram as quedas, não diria decepções, mas lições. Cheguei a considerar normal o meu fracasso, ou o descaso de outras pessoas para comigo. Por mais que causasse dor, eu tinha uma maneira de escondê-la, porque já tinha virado rotineiro.
Mesmo diante de tudo, eu sei que jamais desisti de minha essência, pois é ela quem daria-me as coordenadas corretas, no momento correto. E, no meio do caminho, busquei mais um suspiro. Foi o salvador, o que fez-me aterrissar na terra novamente, o que fez-me lembrar que meus sonhos não estão concluídos, mas que ainda nem começaram a se realizar. Foi o suspiro de últimas circunstâncias, daqueles que você vê toda a sua vida como um filme e foi você quem estava lá. Sei que erro e continuarei a errar até meus últimos dias. Mas também sei que o "não" prevalecerá em mim, nesses mesmos dias. Foi você quem trouxe mais vida para mim. Foi você quem tirou um novo sorriso de amor de mim.
Mesmo já estando velho, é o meu primeiro dia dos namorados, namorando. É o seu também. Já é o relacionamento mais longo, feliz e sincero que já tive. Sei que sou irritante, que falo besteiras demais; mas também sei que nosso amor é muito maior do que nossos defeitos, ou limitações. Eu sei disso porque minha alma e meu corpo, o transcendente e o humano, reagem da mesma forma quando estão contigo: amando.
Feliz dia dos namorados, a nós e que Deus continue nos abençoando como sempre fez.


domingo, 26 de maio de 2013

BEM VINDO(A)!


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Sobre “bolsa-crack”, maioridade penal, morte do “Matemático” e assuntos correlatos.

O benefício só abrangerá usuários que procurem o tratamento voluntariamente, e cabe à clínica controlar o uso do dinheiro.
“O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que já possuem” – René Descartes. 

O motivo de começar esse texto com uma citação tão entupida de sarcasmo e ironia publicada pelo famoso filósofo francês em 1637 (na obra “Discurso sobre o método”) é bem simples: falta-nos bom senso. Tenho visto em todos os lugares – principalmente nas redes sociais – pessoas revoltadas se manifestando sobre as últimas notícias a respeito da criminalidade. Os assuntos mais populares são, na ordem: 1) redução da maioridade penal; 2) morte do traficante “Matemático”; 3) auxílio-reclusão; 4) “bolsa-crack”. Quase todos os discursos seguem o mesmo padrão: exigem endurecimento na forma como tratamos os criminosos, acham absurdas as medidas atuais do governo e discutem a legislação vigente. É até engraçado ver como subitamente todos, sem exceção, tornaram-se PhD’s em direito. Abordarei os assuntos na mesma ordem. 1) Redução da maioridade penal: Circulam por aí quadros comparativos informando que a maioridade penal em diversos países é mais baixa do que no Brasil, e questionando por que o nosso país seria “o único correto” e “todos os demais países estariam errados”. Nelson Rodrigues chamaria isso de “síndrome de vira-latas”. O cidadão mal-informado, como era de se esperar, se convence facilmente por esse tipo de discurso e passa a repeti-lo. O problema é que a informação é falsa. Quem quer que tenha iniciado essa campanha agiu de má-fé e propositalmente confundiu o conceito de maioridade penal com o de responsabilidade penal, que são coisas distintas. No Brasil temos maioridade penal aos 18 anos e responsabilidade penal aos 12, que é a idade a partir da qual um jovem pode passar por “medidas socioeducativas” – o que inclui internação, que nada mais é do que um termo maquiado para encarceramento em uma prisão juvenil. A Youth Justice Board, órgão público do Reino Unido, possui um relatório bem interessante sobre a maioridade penal nos diversos países, incluindo uma tabela comparativa que pode ser encontrada na página 35. A responsabilidade penal está listada no mesmo link, na página 30. O Ministério Público do estado do Paraná também possui um site destinado a comparar as idades de maioridade e responsabilidade penal nos diversos países. Como qualquer um pode conferir com base nas referências, as campanhas pela redução da maioridade penal que comparam a nossa legislação com a de diversos países são extremamente mentirosas. Mas vamos assumir que, apesar de serem falsos todos os dados que os recém-PhD’s em direito formados nas redes sociais usam para embasar suas posições, o Brasil ainda considere a ideia de reduzir a maioridade penal. As prisões brasileiras possuem um déficit de 240.000 vagas. Pretendemos colocar ainda mais gente na cadeia? 40% desses presos são provisórios e muitos, inocentes, sofrem com as condições sub-humanas das nossas prisões e acabam com sequelas irreversíveis. Não são incomuns casos de inocentes que apanharam ou foram estuprados e ainda sofrem com as consequências. Talvez os adeptos da redução da maioridade penal pretendam resolver o déficit de vagas colocando aqueles que infringem a lei em contêineres, como já ocorreu no Pará e no Espírito Santo. Além disso, a reincidência dos menores que já foram internados chega a 80% em alguns lugares do nosso país, o que é muito alto e mostra como a ideia de colocar todo mundo na cadeia é tresloucada. A proposta do senso comum é usar a lei e o estado como uma chantagem contra o contraventor: “se você transgredir a lei, vai pra cadeia”. Só que colocá-lo na cadeia com a nossa estrutura carcerária atual estimula o menor a infringir a lei novamente. Em outras palavras: pôr os menores na prisão não resulta em nenhum benefício para o restante da sociedade. E se eles sofressem penas da mesma forma e intensidade que os adultos? A reincidência de criminosos adultos também é incrivelmente alta, de 70%.
Além do mais, Qual seria o critério para estabelecer a nova idade de maioridade penal? Vejo muitos defendendo que a redução seja para dezesseis anos, mas sem nenhuma justificativa objetiva para isso. Por que não dezessete? Por que não quinze? E catorze? Qual será o critério para determinar a idade? É um critério objetivo ou se baseia somente em “achismos”? Quem nos garante que com a redução da maioridade penal para, por exemplo, dezesseis anos, os chefes de gangues não começariam a cooptar adolescentes ainda mais jovens para o crime? Por ironia, países em que as prisões são mais humanas conseguem reabilitar boa parte dos seus presos. É o caso da Noruega, que recupera 80% da população carcerária (só tem 20% de reincidência). Existe uma diferença de mentalidade entre eles e nós: lá as prisões servem para fazer bem à sociedade, e não para fazer mal a um indivíduo que parte da população considerou “indesejável”. “Mas então devemos deixar esses menores matando por aí, certos de que não haverá punição?”, vocifera o “cidadão de bem” indignado. Claro que não. Para começar, entre 70% e 80% dos crimes praticados por menores são contra o patrimônio. Eles estão pichando muros e furtando, não matando. Só 11,6% cometem crimes contra a vida (homicídio, por exemplo). E, independente de qual seja a infração ou crime que cometam, eles devem ser punidos. Só não devemos nos deixar levar por um sentimento generalizado de vingança social quando discutirmos as punições. Até hoje ninguém forneceu um único argumento a favor da diminuição da maioridade penal que não se baseasse em algum tipo de vingança contra o infrator. É sempre a repetição das mesmas frases: “e se fosse com você e com sua família?” (e quem disse que nunca me aconteceu?), “não podemos deixar eles soltos” (como se a única forma de punição legalmente prevista fosse cadeia – serviço comunitário é punição, multa é punição…), “eles precisam ser punidos” (sendo que o propósito social do sistema carcerário não é punir, e sim reabilitar), e assim por diante. O único discurso que vejo não se basear em vingança é “se podem votar aos 16 anos, por que não poderiam responder criminalmente?”. Embora persuasivo, esse questionamento tem tanta validade quanto perguntar: “se a bicicleta é vermelha, por que o chocolate não é salgado?”. Misturam categorias diferentes. 2) Morte do traficante “Matemático”: Não foi por acaso que escolhi uma citação de René Descartes, famoso matemático, para iniciar esse texto. Mas deixemos o sarcasmo de lado. Recentemente uma conhecida rede de televisão divulgou um vídeo sobre uma operação policial ocorrida um ano atrás, na qual um perigoso traficante foi morto por policiais que efetuaram disparos a partir de um helicóptero.
Aqueles que pedem o embrutecimento do estado alegam que é função do policial eliminar elementos nocivos à sociedade, principalmente se houver resistência à prisão. Embora eu concorde que se houver resistência à voz de prisão o policial pode (e deve) usar a força, não necessariamente essa força deve ser letal. Só se deve usar força letal se o suspeito apresentar risco à vida do agente ou de terceiros. Não foi o caso nesta situação. Os policiais atiraram primeiro e sequer havia como darem voz de prisão pois estavam no alto, em um helicóptero. Não estavam reagindo, pois os suspeitos só atiraram depois da primeira salva vinda do helicóptero da polícia. Foi uma execução sumária. Considere-se ainda como agravante o fato de que os policiais distribuíram disparos a esmo em uma área densamente habitada como se fossem personagens em um jogo de videogame. Qualquer praticante de tiro sabe que toda munição disparada representa um risco, ela irá atingir algo. Se esse “algo” é um objeto inanimado ou uma pessoa é onde reside a diferença entre um tiro que errou e uma bala perdida que ceifou a vida de alguém. Além disso, nunca foi função do policial eliminar criminosos. A população trata a polícia como um grupo organizado de capatazes, jagunços ou capitães-do-mato que possuem a função de “nos” proteger (os “humanos direitos”) “deles” (os “bandidos”). Não é assim que funciona, a coisa não é preto-no-branco. Essa não é nem nunca foi a função do policial, e no dia em que passar a ser ele será exatamente igual a qualquer gângster comum. Infelizmente, por falta de formação, alguns policiais absorvem esse discurso do senso comum e não só já agem assim, como propagam esse modo de pensar aos quatro ventos. Não são incomuns casos de cidadãos confundidos com criminosos e executados pela nossa polícia extremamente mal-treinada. Provavelmente poucos ainda se lembram do caso do menino João Roberto, que morreu após ter sido atingido por um tiro quando a polícia abriu fogo contra o carro de sua mãe. Há ainda o caso de Hélio Ribeiro, morador do Morro do Andaraí, que foi morto quando um policial confundiu sua furadeira com uma arma de fogo. E o que dizer sobre o também menino Juan Moraes, que foi assassinado por policiais que ainda tentaram esconder seu corpo? Esses são só alguns casos dentre vários que se repetem diariamente Brasil afora. Não podemos permitir que a polícia aplique penas sumárias sem que os suspeitos sejam julgados pelo simples fato de que isso implodiria nossa sociedade por quebrar a divisão entre os três poderes (executivo, legislativo e judiciário). A polícia é um dos braços do executivo, não cabe a ela o papel tríplice de julgar, determinar e aplicar penas. Julgar e determinar penas é função do judiciário. Muitos inocentes morrerão se invertermos os papéis. Precisamos de uma polícia eficiente, bem treinada e bem equipada, mas a função dela não é caçar bandidos e abatê-los. Sua função é levá-los ao judiciário. Uma polícia embrutecida e que ministra a violência da forma que quiser, sem nada que a regulamente, não é muito diferente de uma gangue. Estão dizendo, sobre a morte do “Matemático”, que é menos um. A verdade é que o mataram sem mais nem menos. 3) Auxílio-reclusão ou “bolsa-bandido”: Aparentemente nenhuma das pessoas que protestaram contra isso se deu ao trabalho de verificar as regras da previdência social em relação ao auxílio-reclusão. Trata-se de um benefício destinado aos dependentes do preso, não a ele próprio. Isso significa que se um pai de família for preso por um motivo qualquer, sua esposa e seu filho não passarão fome e não terão de entrar na criminalidade para se sustentarem. E o benefício é válido apenas para presos que estavam contribuindo com o INSS no momento da prisão. “Mas que criminoso contribui com o INSS?”, pergunta o “cidadão de bem”. Exato: o benefício não se destina a criminosos contumazes (os “bandidos profissionais”), mas a pessoas comuns, com empregos, com dependentes, que porventura acabem cometendo algum crime e sejam presas por isso. Além disso, o valor recebido é determinado com base no salário-base de contribuição, e não é necessariamente maior do que o salário mínimo – se o preso sempre contribuiu com um valor equivalente ao salário mínimo, sua família receberá este valor. Se ele contribuiu com mais, há um limite para o valor do auxílio – quem ganhava salários altos antes de ser preso não tem direito ao auxílio-reclusão. É interessante ver como o brasileiro sempre reclama que a lei não é cumprida, mas quando o governo decide cumprir as leis atribuem ao fenômeno um nome falacioso qualquer e demonstram resistência à ideia. O uso de drogas hoje é visto no país como uma doença e, apesar de ainda ser crime (vide artigos 28 a 30 da lei 11.343/2006), não cabe mais a reclusão em presídio. O cartão-recomeço, que foi apelidado de “bolsa crack”, é a previsão legal (artigos 20 a 26 da referida lei) de que o governo deve implementar políticas públicas para tratamento dos usuários de drogas. Novamente, a maioria das pessoas não se deu ao trabalho de procurar saber que o cartão se destina ao pagamento de clínicas para o tratamento do dependente químico, e nem o usuário de drogas e nem a família dele terão acesso ao dinheiro. O benefício só abrangerá usuários que procurem o tratamento voluntariamente, e cabe à clínica controlar o uso do dinheiro e a frequência do dependente químico no tratamento, pois é ela que ficará em posse do cartão. Se o temor do “cidadão de bem” é que o dinheiro do contribuinte seja usado para comprar drogas e a pessoa afunde ainda mais no vício, esse cidadão é um idiota que sequer procura uma informação antes de enunciar seu julgamento a respeito. Então, após tantas críticas, como resolver o problema da criminalidade? Não é tarefa simples. Todas as posições dantescas que vemos serem defendidas pelos especialistas em segurança pública formados em redes sociais se baseiam justamente na simplificação absurda de um problema altamente complexo. É necessário aumentar a eficiência do judiciário, construir novos presídios – bem equipados e organizados, como os Noruegueses – para suprir o déficit de vagas e treinar a polícia para que execute sua função apropriadamente. Com a primeira medida, teríamos um desafogamento dos presos provisórios e decisões mais céleres que retirassem de circulação os criminosos realmente perigosos. Com a segunda, teríamos presídios que efetivamente recuperassem os presos ao invés de piorá-los, diminuindo a reincidência. Com a terceira, passaríamos a ter medo apenas dos criminosos, e não temeríamos cruzar o caminho de algum policial que pensa estar em uma zona de guerra. E qual a razão de tantas pessoas defenderem sandices quando o assunto é segurança pública? Em parte, creio que o problema esteja com a venda casada de ideologias, assunto que abordei em ocasião anterior. O brasileiro mediano é tão desesperado para se encaixar em um grupo social qualquer que voluntariamente abre mão de seu raciocínio crítico assim que se apresenta a oportunidade, sucumbindo a falsas dicotomias e maniqueísmo tolo. Se você criticar uma ação da polícia, é porque “é contra a polícia” e, consequentemente, “é a favor dos bandidos”. Foi assim que surgiu o trocadilho imbecil de qualificar como “defensor dos direitos dos manos” qualquer um que critique a forma como o sistema penal ou o carcerário funcionam no nosso país. Como afirmou um leitor, as pessoas tendem a terceirizar o seu pensamento ao invés de coletarem informações e formularem uma opinião própria. Em resumo: falta-nos bom senso. Mesmo que julguemos que já o possuímos em quantidade suficiente. Agradeço a Vinícius Arena por indicar as leis referentes ao quarto tópico abordado.

DAVID G. BORGES - colunista do site Enfu.

Fonte: Revista Central

terça-feira, 21 de maio de 2013

BEM VINDO(A)!


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Um banho de Teologia da Libertação

O texto de hoje é sobre o vídeo a seguir:


 

Acho que antes de ler minha opinião, você já deve imaginar que eu discordo. Mas vamos aos meus argumentos:

Eu acho que não há relativismo maior, do que acreditar que a Verdade só foi e é revelada a uma parte dos homens.
Partindo da crença de que o Cristianismo, e em particular o catolicismo, tem todos os elementos possíveis, que englobam todos os meios para a salvação do homem (pois é isso que está no Catecismo e que eu acredito), precisamos dar um passo além do estágio que o Pe. Paulo está.

Se tem uma passagem que pode exemplificar muito bem qual é esse passo, é a do livro de São Tiago 2, 26: "A fé sem obras é morta."
Ao entrarmos em contato com a revelação máxima de Deus, a última tentativa de salvar o mundo, a "eterna aliança", nós temos a obrigação de interpretar essa revelação, sem restringir a imagem da função que tem, como domínio, as boas obras que são realizadas por qualquer pessoa.
Para mim, qualquer pessoa que adore a um ser superior, ame os outros como ama a si mesmo e aja de acordo com o que crê, está salvo.

Um grande pensador e meu professor diz o seguinte:
"Um algebrista entende Deus do mesmo modo que entende número e numeral. Numeral é representação e a transmissão da ideia de número. Você pode representar números em bases diferentes mas ainda assim o número é o mesmo. Quando você escreve a palavra "Árvore" quer seja em português, alemão, chinês, japonês ou outra língua qualquer o fato de você não entender a escrita não muda o significado do que a palavra representa. O mesmo acontece comas religiões: o fato de expressar Deus de forma que você não entende , não significa que Deus não esteja presente. Viva a tolerância religiosa, mesmo que eu não seja religioso."

Eu concordo que historicamente, religiões, ou crenças, levaram as pessoas a agirem contra o amor de Deus e contra a dignidade de outras pessoas. Mas discordo que o Cristianismo está num patamar acima das outras, porque acreditamos da Divindade de Jesus. Para mim, isso só nos torna mais responsáveis pelas outras culturas. Responsáveis em entendê-las. Responsáveis em respeitá-las. Se temos a faca e o queijo na mão, por que nos limitamos a comer o queijo sem cortá-lo?


Para mim, o evangelho é nada mais do que: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como amamos a nós mesmos.
Colocar isso em prática é crer em Deus.
Ir pelo mundo e anunciar o evangelho, é ir pelo mundo, pregar o amor e agir com amor. Não vejo amor em quem age para com o mundo, como se somente um jeito de rezar, um jeito de ser, um jeito de adorar fosse o certo. O amor infinito entende a todos. Sabe tudo o que uma pessoa, um povo, uma cultura, uma religião passou, viveu e todas as oportunidades que teve à sua frente.
Ser Cristão é imaginar-se amando o outro, da forma mais perfeita possível, e ainda sim saber que não chega nem perto do que é o Amor de Deus.
Eu não prego que deixemos os ensinamentos de Cristo de lado, prego que reconheçamos a verdadeira Cristandade nos outros povos, nas outras culturas, nas outras crenças.

E não esqueçamos que a quem mais foi dado, mais será cobrado. O que nos une é muito maior do que o que nos desune.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

BEM VINDO(A)!


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A mudança Clama para existir:


Dedico esse texto ao Saudoso Professor Genevando Xavier, que nos deixou no dia 01/02/2013 e além de ter ajudado na minha formação, foi meu grande mestre nas três últimas semanas, antes de sua partida; quando fiz estágio com ele. Fiz esse texto durante uma de suas aulas. Acredito que, infelizmente, estamos num ciclo vicioso, que precisa de pessoas muito corajosas para mudar os rumos que nossa educação pública mostra ter hoje.

A mudança Clama para existir:

O problema estrutural da educação básica brasileira é a mentalidade dos estudantes. Algo, ou alguém, faz as crianças e adolescentes encararem a escola como um local apenas para se construir amizades e/ou relações conflituosas com outros estudantes. Por mais que alguns compreendam o valor que a escola tem para o seu futuro, a porcentagem desses ainda é muito pequena. É cultural: no Brasil, alguém que gosta de estudar, que é disciplinado e que tem boas notas é excluído das rodas de amizade e, como todos sabem, o bullying acontece. A TV é inimiga número um da boa conduta escolar e a internet tomará esse posto em pouco tempo.

Em todas as instâncias sociais de nosso país, ser aprovado em universidades públicas ainda é digno de algum reconhecimento. Mas o problema está aí! A Universidade precisa ser um meio de se chegar ao emprego desejado, mas hoje a aprovação no vestibular é um fim em si mesma. A escola, atualmente, tem um único objetivo: preparar os estudantes para o vestibular, nunca para a vida. Esquecemo-nos que nem todos terão lugar no ensino superior, que ainda se utiliza de mecanismos arcaicos para avaliar quem está apto, ou não, para o ingresso. Enfim, somente uma prova (ou até cinco) define(m) o futuro de milhões de brasileiros, todos os anos; já que ser aprovado é o auge, como prega a sociedade.

A escola precisa ser reconstruída do zero. Um beija-flor, no meio do incêndio, pode ajudar, se conseguir garantir que onde ele já jogou água, não se incendiará novamente. É isso que os professores devem começar a fazer. Um estudante, seja ele quem for e de onde veio, precisa subir degraus, ao encontrar professores. O ensino deve levar o estudante a querer investigar, fora da escola, o que ele viu em sala de aula. É um complexo e dinâmico problema, que acaba recaindo sobre os colos do sistema, que tem todos os artifícios e todas as manhas para fazer isso acontecer.
Somos só formigas tentando levar folhas gigantes para casa.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

BEM VINDA(O)!


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A Mudança clama para existir:

Quem é esse(a) tal homossexual?

O que Maria não diria

Não sou ninguém na Igreja e no Reino de Deus para dizer o que Maria deve ou não dizer. Se ela foi enviada pelo filho como mensageira, se aparições acontecem, ela certamente sabe o que dizer. Mas se não confere com a Bíblia, eu fico com a Bíblia e descarto aquelas aparições. O que diz a Bíblia continua sendo mais importante do que o que dizem os livrinhos dos videntes. Ao ler alguns livros de videntes me vem a certeza de que muitos deles estão dizendo que Maria disse uma coisa que Maria nunca diria. Tenho em mãos alguns folhetos de piedosos irmãos católicos dizendo:

a- Que o terceiro milênio será de Maria;
b- Que Jesus se cansou dos pecados do mundo e vai punir;
c- Que Maria está segurando o braço dele;
d- Que a reza do terço é garantia de salvação;
e- Que nove dias depois de começar uma série de orações o milagre acontece;
f- Que bons padres usam batinas e que Jesus quer isso;
g- Que " todas" as graças do céu passam por Maria;
h- Que se alguém usar um objeto no peito com a imagem dela, terá o coração protegido contra o pecado;
i- Que quem invocar o nome dela será salvo;
j- Que se Jesus não atender é só pedir a ela que Ele dá um jeito;
k- Que ela nos tirará do purgatório logo, se orarmos aquelas orações durante sete sábados;
l- Que ela resolve qualquer problema, se o fiel fizer exatamente aqueles rituais de sete ou nove dias.

Sei que nunca serei bispo, mas se fosse, não aprovaria nenhuma dessas mensagens porque negam verdades da fé. Quem lê a Bíblia e estuda o catecismo católico sabe do que estou falando. Algumas dessas mensagens atribuem a Maria um poder maior que o de Jesus. Outros colocam Maria preocupada com detalhes que nada tem a ver com a fé ou com a moral da pessoa; e outras garantem que o número de vezes e o tipo de oração determina o tamanho de uma graça.

Maria não diria isso porque são inverdades. E há muitas palavras atribuídas a ela que certamente nasceram de cabeças sem Bíblia nem catecismo. Aliás, a quase maioria dos videntes viu anjos demais e Bíblia e catecismo de menos. Depois, atribuem suas frases a Maria e complicam a situação, porque muitos fiéis sem preparo, acabam dizendo que Maria disse coisas que Maria não diria. Há muitas noticias falsas sobre Maria dentro e fora da Igreja, a favor e contra. Depois de Jesus Maria é uma das pessoas mais deturpadas da história! Amar Maria é também defendê-la contra esse tipo de videntes.

Pe. Zezinho, SCJ.