terça-feira, 29 de abril de 2014

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Recitei III

A ESCOLA:

Desde que nasci
Ouvi que bom mesmo é estudar
Para ser alguém na vida
E a estabilidade alcançar

Mas toda criança observa ao redor
E escolhe alguém para se espelhar
E então começa seu esforço
Atrás de seu sonho realizar

Não nego que tive dificuldade
Mas logo ela passou
Percebi que inteligente mesmo
Era meu estimado Professor

Imaginei o quanto seria bom
Ver as desigualdades desaparecerem
Ensinar as coisas da vida
Ajudar as pessoas a crescerem

Escolhi ser professor
Da matéria mais odiada
É claro que é ela:
A temida matemática

Não é fácil entrar na sala
E ter que dar educação
Infelizmente, nossas crianças
Não prestam a mínima atenção

Não as culpo por isso
Sei que é culpa do sistema
Mas dá pra reverter
Esse gigante problema

É com bons salários
Mas também dedicação
Afinal já encontrei muitos
Que se renderam à corrupção

Não preparam as aulas
Não pensam em algo novo
Acham que isso é responsabilidade
Somente para os outros

A escola precisa ter
A sua porta sempre aberta
Não pode ser uma ilha
Com muros que a encoberta

Não poderíamos imaginar
Uma escola tão marginal
Até hoje no Brasil
Não temos turno integral

Dá muita tristeza de ver
O tamanho do descaso
A proposta 480 de 2007
Não passa do Senado!

Mas lembrem-se que não devemos deixar
De com um futuro melhor sonhar
Não valerá a pena ter sido rico
Se uma criança eu não inspirar

Nada pode ser mais satisfatório
Do que poder ensinar coisas novas para todo mundo
E, num dia qualquer, sem pretensões
Despertar o sorriso sincero de um, julgado, "vagabundo"

E me despeço com um apelo
Que não podemos esquecer
Se não nos dedicarmos
Um futuro digno, nossas crianças não vão ter.

28/04/2014.

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Recitei III

Recitei II

Recitei I

A culpa é de quem?

Pensando na Morte

Participação no Programa Espaço Livre:

A PJ te representa?




Recitei II

O CRISTÃO:

Não posso aceitar,
De braços cruzados:
Nas escadarias das igrejas
Famintos deitados

E ainda abrem a boca
E se dizem Cristãos
Se não é para cuidar dos outros
Para quê serve a religião?

Tá certo que cada um
Deve tentar se salvar
Mas tenha a certeza:
Não basta somente orar

Pois já disse o profeta:
"Sem obras, a fé é morta"
Se for da boca pra fora
É melhor ficar atrás da porta

Não quero aqui fazer
Uma degenerada demagogia
Mas o amor pelos outros
Dever ser o sentimento que nos guia

Já disse o PAPA Francisco:
"Bispos, não hajam com arrogância"
Mas eles fecham as portas para os negros
Por pura ganância

É claro que, na história da Igreja,
Homens santos existiram
Mas muitos outros,
À corrupção aderiram

E podem me perguntar
Porquê ainda não saí dela
Acredite, para mudar essa igreja
É preciso estar nela

Não sou comunista
Mas tão pouco sou capitalista
Precisamos saber
Que existe um terceiro ponto de vista

Por amor à comunidade
Os discípulos doavam os seus bens
Hoje, mesmo tendo de sobra
Não damos nem um Oi para ninguém

Cristão não pode achar
Que já pagou a própria "fiança"
Pois Cristo disse:
"Acolheu a Mim, quem acolheu uma criança."

As crianças daquela época
Das rodas sociais eram excluídas
As "crianças" de hoje em dia
É toda gente oprimida.

Althielis de Jesus, 28/04/2014

domingo, 27 de abril de 2014

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Recitei - 1

A culpa é de quem?

Pensando na Morte

Participação no Programa Espaço Livre:

O ''Pacto das Catacumbas'' para uma Igreja serva e pobre:


A PJ te representa?




Recitei I

Cheguei na periferia
Achando-me o tal
Pensei que veria uma juventude
Sem um único ideal

Vi os caras e as minas chegando,
Como quem não querem nada
E então lançaram a poesia,
A poesia da quebrada

Arregalei meus olhos,
Senti no coração
Quem foi que disse que na favela
Não tem inspiração?

Mesmo sofrendo as mazelas
Do nosso mundo desigual
A galera aqui manda
Um verso pouco tradicional

É carregado de emoção,
Realidade e luta
É contra a violência, contra o tráfico,
Defende uma boa conduta

E, assim, boquiaberto com o que vi,
Chamei meu amigo Mendonça 
Para amar e mudar as coisas
Comigo, no Sarau da Onça.

27/04/2014

domingo, 6 de abril de 2014

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Recitei - 1

A culpa é de quem?

Pensando na Morte

Participação no Programa Espaço Livre:

O ''Pacto das Catacumbas'' para uma Igreja serva e pobre:


A PJ te representa?




A culpa é de quem?

Os políticos são corruptos? 
"- A culpa é do povo, ignorante, não busca conhecimento e vota neles. Os políticos corruptos são reflexo do povo burro que o brasileiro é."

A educação é precária?
"- A culpa é dos estudantes, que não querem nada. Na minha época não era assim! Hoje em dia, há muito mais escolas do que antes, sobram vagas, mas os vagabundos não querem estudar. E tem os professores que só querem ganhar mais e ensinam com mau humor, sem vontade."

A prisão não cumpre seu papel?
"- A culpa é dos bandidos. Aliás, bandido bom é bandido morto! Vão presos e, quando saem, com tantas oportunidades, voltam para o crime. Como a vida do crime é dinheiro fácil, sem pressão, sem horários, etc., eles escolhem isso porque, claro, são vagabundos que não estão nem aí para as pessoas de bem."

Quando a culpa vai deixar de ser do povo e passar a ser de quem mente para o povo e depois se corrompe? Quando a culpa será de quem não oferece infra-estrutura, nem salários dignos, projeto pedagógico completamente cumprido, nem apoio psicológico aos alunos e sequer repassam um terço das verbas necessárias para manter a manutenção da escola? Quando a culpa será de quem desvia o dinheiro da merenda, do metrô, do asfalto, do sistema de esgoto, mesmo depois de prometer fidelidade ao povo? Quando a culpa será de quem faz de tudo para manter uma educação ruim, exatamente para não criar cidadãos críticos que, com certeza não o(a) reelegeriam? Quando a culpa será de quem tem a informação, mas a modifica para que o povo acredite no que estão falando, da maneira que estão falando e como estão falando; para que o que estão falando seja reproduzido nas rodas de conversas, no trabalho, na rua, na escola e na faculdade, tirando o foco da verdadeira notícia, dos verdadeiros problemas??? Quando a culpa será do sistema prisional que não ressocializa, que amontoa seres humanos, até inocentes, em celas minúsculas, menos dignos do que o local que nós ajeitamos para nossos animais de estimação dormirem? Quando a culpa será de quem se omite, ao ver que os presos estão aprendendo outros crimes, onde deveriam perceber a outra chance que têm de viverem bem, sem ônus para si próprios e para a sociedade? Quando a culpa será do processo de migração e povoação do Brasil, destruindo o povo verdadeiramente brasileiro, índio, respeitador da natureza, livre de várias doenças, organizado perfeitamente em harmonia com a Terra? Quando a culpa será dos que fazem de tudo para manter tudo do jeito que está? Quando a culpa deixará de ser do trabalhador, que sai às 6h da manhã e retorna às 20h, e, chegando em casa, recebe uma informação manipulada, prontinha para ser reproduzida? Quando a culpa deixará de ser dos que nunca tiveram a chance de pensar em mudar o que o "destino" bem pensado lhe reservou?

Hoje, antes e após o BAxVI da final do Campeonato Baiano de 2014, vi a periferia explodir de festas, de carros e mais carros brigando para saber quem tem o som mais alto, vi brigas entre torcedores, porque o campeonato ainda não acabou. Vi xingamentos para lá e para cá. Agora, ouço discussões na rua. Rodei um pedacinho dessa minúscula parte da periferia e vi "o povo ignorante" fazer EXATAMENTE o que Portugal, Espanha, Holanda, França, Inglaterra pensaram há 514 anos, quando vieram aqui buscar nossas "riquezas": colocar o supérfluo acima do essencial, o circo acima do mundo melhor, o pãozinho oferecido pelo sistema, acima do pensar crítico. Aí, vem uns e outros, fazendo, de novo, exatamente o que essa galera toda quer: dizer que a culpa é desse povo, que não quer ser melhor.

A situação jamais acusa o dominador, porque é situação.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

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Pensando na Morte

Talvez o único tema que a ciência encare como indecifrável é "O que acontece após a morte". Vez, ou outra, esse pensamento nos toma, principalmente quando uma pessoa próxima morre, sem que esperássemos. Para mim, que julgo ter um pensamento avançado sobre isso (considerando o cristianismo), parece ser uma linha muito mais tênue do que imaginamos. Por isso, já disse que o melhor a fazer é viver nos "dois mundos", porque o mundo de agora será decisivo para o mundo transcendente, o qual não possui tempo, nem fim.

O fato de que cada um, solitariamente, passará pela porta, terá seus olhos abertos e poderá deslumbrar a compreensão inimaginável do ser e do ente; me faz mergulhar em pensamentos que caminham por um labirinto infinito. Se não houver nada depois da porta, nada será relevante, nem os que acreditam que há algo, nem os que não acreditam. Mas se houver, se nós próprios experimentarmos a paz e pudermos nos olhar, esse mundo fará muita falta para alguns e muita graça para muitos.

É uma louca sensação de estar pelo mundo inteiro, com o mundo inteiro, repartindo o sentimento de pertença à Paz. É como sentir o bater do coração de cada um e de cada uma. É como saber que mais nada me acontecerá.

A morte, chamada de irmã por São Francisco de Assis, é a porta por onde passaremos, sem dor, completamente conscientes e preparados para rever tudo, mas sem direito a escolhas.