segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mulheres

Música do MV Bill no álbum lançado em 2010 (Causa e Efeito)

Essa música retrata a realidade de muitas famílias da periferia brasileira! Abram o olho! Ainda há tempo para mudarmos a triste realidade, porém estamos caminhando para um lugar sem volta! Vamos trabalhar juntos por todos os Brasileiros!



Mulheres - MV BILL



Cada mãe sabe a dor que sente
quando vê o filho sendo queimado como indigente
na mão de nossa gente do mesmo ambiente
Lógica contraria infelizmente
mãe que prepara o velório da filha
vê o bem mais precioso rubi familia
o rosto trás marcas das porradas da vida
com a proximidade da conduta bandida
o coração "chei" de calo,
e a naturalidade de quem já viu várias almas ir de
ralo
faz vela mais forte, às vezes insensível
levando na guerrilha do jeito que é possível
mãe que chora, se humilha, levanta
com o óbito do filho entalado na garganta
faz oração pra santa, de vez enquanto ela canta
pra ver se todo mal a voz espanta

Essa é só mais uma dor que o tempo não vai curar

com o passar pode até cicatrizar
a vida não te deixa mais sorrir
estrague inevitável que te faz sentir
menina que vem, bandida que vai
no ambiente destruído é difícil ter paz
mais a vida não acabou não

Novinha acordada a noite inteira

diversão de falcão conhecida como boqueteira
adolescente, conduta, adulta tratamento vip pior que
prostituta
inicio da vida parece momentos finais
contato íntimo por causa de 5 reais
vive seu drama, bem longe da cama
trabalha com a boca quando um jovem lhe chama
uma pedra de crack é o pagamento
às vezes vai pó, beck depende do momento
aparentemente sem prazer, faz por fazer
se arrisca sem ter medo de viver
ausência do amor com a presença do dinheiro
faz a mãe levar a filha junta pro puteiro
saliva com sêmen, meninos que gemem
as pernas e as estruturas se tremem

Essa é só mais uma dor que o tempo não vai curar

com o passar pode até cicatrizar
a vida não te deixa mais sorrir
estrague inevitável que te faz sentir
menina que vem, bandida que vai
no ambiente destruído é difícil ter paz
mais a vida não acabou não

presidiária solitaria na sela
andorinha na gaiola com saudades da favela
assinou delito por causa do marido
ex-presidiário hoje solto e não é mais bandido
foi fortalecido por ela enquanto preso
ela rodou, ele foi solto e não fez o mesmo
hoje ela paga o preço abandonada
cheia de esperança na visita mais nunca tem nada
encontra abrigo nas colegas de prisão
dividem o abandono e a falta de atenção
se relacionando com outra mulher,
as leis do cárcere não exatamente o que ela quer
mais o que tem, sem ter o carinho de alguém da familia
sem noticias da filha que pode tá na trilhar
da quadrilha que pois sua mãe nessa guerrilha
a lágrima no rosto dela brilha.


Essa é só mais uma dor que o tempo não vai curar

com o passar pode até cicatrizar
a vida não te deixa mais sorrir
estrague inevitável que te faz sentir
menina que vem, bandida que vai
no ambiente destruído é difícil ter paz
mais a vida não acabou não.

Essa é só mais uma dor que o tempo não vai curar
a vida não te deixa mais sorrir
menina que vem, bandida que vai
mais a vida não acabou não.

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